quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O "Atleticanismo" atravessa continentes

Me pego pensando, será que aqueles jovens, humildes e apaixonados por futebol que um dia resolveram fundar um time no coreto do parque municipal, imaginariam que sairia dali, um gigante mundial?

Entre sim e não, fico com o obrigado. Agradeço eternamente por esta iniciativa. O que seria um lazer, virou sentido de vida para milhões. Que amam e veneram este time por onde ele for. E agora, será em Marrocos. Saímos do encontro entre, Rua da Bahia e Avenida Afonso pena, para Marrakesh. O que acontecerá por lá? Não sei. Só sei que, Marrakesh, nunca mais será a mesma.

Por onde passarmos, o atleticanismo será empregado. Prova disto foi a despedida da torcida aos jogadores, segunda (09/12) em confins. A energia exalada naquele lugar era indescritível. Um sentimento ainda não estudado pelo o homem e muito menos denominado por alguém. Mas que se explica (mais ou menos), imaginando milhares de pessoas em um só pensamento, em uma só energia e em uma só força. A força de acreditar. E nós, acreditamos até de mais não é Olímpia?

A mesma energia e pressão que o Olímpia conheceu, em breve, o mundo inteiro conhecerá. Nada que se compara a um Independência ou a Mineirão lotado. A magia que lá impomos é diferenciada. Mas, os poucos mais de 20 mil atleticanos que estarão em solo marroquino, propagarão a nossa alma e espírito alvinegro.

Tenho receio, caso ganharmos, como comportarão os irmãos que lá estão. Marrocos é um país onde suas leis são bem diferentes das nossas. Na emoção e loucura por um milagre tão sonhado, ser alcançado, é bem possível que alguns atos sejam vistos como infração. Que tenham cuidado.

Preocupação misturada com inveja né? Queria eu passar por problemas policiais em Marrocos, ainda mais depois de ser campeão do mundo. Infelizmente, não irei. Também faço parte dos muitos que ficarão em Belo Horizonte. Mas, sem tristeza. Ir ao aeroporto me despedir e passar confiança aos jogadores, me serviu como alento.

Parecia um pai com um filho, que o leva para sua primeira caminhada fora de seu continente. Em busca de crescer, evoluir e conquistar. Na hora, é foda. Saber que você não estará com ele no momento em quem mais ele precisa de apoio, dói muito. Mas, os pais não criam os filhos para eles e sim, para o mundo. Já dizia minha avó.

E agora, é a hora meu filho, meu galo. De atravessar continentes e de orgulhar a família. Não só a minha, e sim, todas as milhares de famílias que assim como eu, te adotaram para toda a eternidade.  

O acreditar, já faz parte do ser-atleticano. Eu tenho, é certeza! Vamos Galo!

Fotos: Bruno Cantini
Texto: Thomás Santos - @thomas_santos13